no próximo dia 5 de outubro, às 21h30, sasha waltz, um dos nomes mais sonantes da dança contemporânea europeia, visita guimarães pela primeira vez. a sua companhia, sasha waltz & guests, apresenta, em estreia nacional, no centro cultural vila flor, "in c", peça criada em 2021 que tem sido elogiada em todo o mundo.
inspirado na magistral composição de terry riley, considerada a primeira peça de música minimalista, "in c" é composto por um sistema experimental de cinquenta e três frases de movimento, que assenta numa improvisação estruturada com regras e leis claras. "dentro deste conjunto de regras, cada bailarino tem liberdade criativa de forma individual, sem que isso prejudique o grupo. à semelhança da nossa sociedade democrática, na qual a liberdade individual termina onde começa a liberdade do outro", lê-se na sinopse.
a duração da peça, assim como o número de bailarinos, é variável. os papéis de liderança e ou de seguidores também não são fixos. cada performer pode trocar de papel, a qualquer momento. o resultado, acreditam, "é uma extraordinária negociação entre liberdade improvisada e estrutura definida".
quando a música começa, ouvimos uma batida clara, como um batimento cardíaco que conecta performers e público. essa é uma das principais mensagens deste espetáculo: ""in c" conecta-nos a todos", acredita.
a coreógrafa alemã sasha waltz concebeu “in c” durante os dias cinzentos de isolamento provocados pela pandemia, quando todos os teatros em berlim - e no mundo - permaneciam fechados. o que começou como uma forma de se manter a trabalhar durante o confinamento, transformou-se num movimento internacional que ainda hoje continua a crescer e tem sido apresentado e elogiado em todo o mundo desde a sua estreia no radialsystem, em berlim, em 2021, em que foi interpretado pela primeira vez numa transmissão online ao vivo.
"durante o confinamento, quando nem podíamos respirar no mesmo ambiente que outras pessoas, era uma forma de reunir os dançarinos. como a obra consiste em fragmentos separados de coreografia, os bailarinos podiam ensaiá-la individualmente e à distância", conta sasha waltz. mas logo percebeu que “in c” poderia não apenas servir para reunir os seus bailarinos, como também tinha potencial para reunir pessoas de todo o mundo.
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