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Foto do escritorjoana miguel meneses

milhanas: a voz que promete ser uma das vozes da nova geração

. "de sombra a sombra" é o álbum de estreia de milhanas. "um álbum que cresceu à medida que eu cresci", escreveu nas redes sociais. "as sombras e os lamentos" da artista estão todos aqui, num disco produzido pela própria com agir e jon.


num vídeo publicado no instagram, milhanas refere que "o fado não é uma canção, não é um estilo de música; é o próprio peso da vida". e isso está claramente representado no álbum que abre com "mãe". e que bem que sabe, ouvir da voz que promete ser uma das vozes da nova geração um "não estás sozinha, tens o colo de uma mãe".


na certeza de termos sido loucas e na incerteza de sermos sãos, deixamo-nos perder no disco de milhanas que nos leva, entre um timbre rouco, a conhecer melhor a artista que "grita sem voz, sem vontade". sem recusar o destino, segue-se "no meu perdão".


"mundo", apresenta milhanas, "é um reencontro" consigo mesma, para se lembrar que, "ao anoitecer, é a casa que regressa". "o mundo vale o mundo se te fizeres valer", repete-se na canção que antecede a "de sombra a sombra", a música que dá nome ao álbum e que tem o fado bem presente. "na noite em lisboa, silêncio é promessa. e quem apaga a lua, os seus medos confessa", ouvimos.


a meio do disco, a cantora apresenta-nos "roubar um corpo". uma música para se ouvir e se sentir. "onde vais calar a culpa?", questiona num dos temas que consideramos mais fortes deste álbum. e dá-nos a conhecer os seus "lamentos" e a sua alma, como se de uma amiga se tratasse, enquanto ouve "as lágrimas do céu". isto mesmo antes de falar "sobre alguém que existiu mais" na sua vida do que ela própria. é assim o "mais que ao sol". como a cantora escreveu, "uma renúncia a um amor de submissão, um amor sem liberdade, um desequilíbrio entre a vassalagem e a revolta".


na certeza de que "a saudade não tem cura", milhanas deu a conhecer single que deu o mote ao lançamento do disco e que escreveu "durante uma fase muito escura, de descrença perante a vida". e as questões continuam a ser muitas na cabeça da artista: "se te disser que me mataste, rezas por mim? se te pedir que me adormeças, despedes-te de mim?".


numa batida que quase se dança, é com a palavra "só" que termina ao álbum, a acabar "só a mim". e acreditamos não ser por acaso. porque nada o é.

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