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Foto do escritorbe wave

"joker: folie à deux", o reflexo do nosso pior lado num dia muito mau

gostei bastante de "joker: folie à deux". acredito que o título não remete diretamente à relação entre o joker e a harley quinn, mas sim entre o joker e o arthur. o filme explora essa dualidade interna, com uma introdução poderosa em que o arthur interage com a sua própria sombra. é uma dança entre ele e os seus demónios, simbolizando as discussões internas que todos temos com as nossas sombras, pensamentos que, se expressos em voz alta, poderiam levar-nos a ser julgados.

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a estória acompanha a luta de arthur com o seu lado sombrio, mas o filme mostra que, embora a miséria e a angústia façam parte de quem somos, isso não justifica projetarmos esse sofrimento nos outros. foi esse arco do personagem que me manteve atento do início ao fim.


as performances de stefani (gaga) e joaquin phoenix são incríveis. ambos conseguem até cantar de forma patética, mas intencional. o filme não é propriamente um musical, mas situa-se num limbo inquietante que adorei. esta incerteza reflete a confusão interna da personagem, que mistura o mundo sombrio de arkham com cores e música surreais.


visualmente, a cinematografia mantém-se fiel ao primeiro filme, mas com uma clara dicotomia entre o ambiente cinzento e escuro de gotham e o vibrante mundo interior de arthur. a música e o design de som também são excelentes, especialmente nos arranjos das falas cantadas.


tal como no primeiro filme, o joker aqui não é uma personagem, mas sim uma ideia – o reflexo do nosso pior lado num dia muito mau.


há muito mais para dizer, mas não quero dar spoilers. quem quiser discutir ideias, mande mensagem!


nota: 7/10


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