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entre beijos ilegais e a ritmo de taquicardia conhecemos alex wall na coruña

bastou uma viagem à corunha para nos sentirmos antinirvanas com o cantautor espanhol alex wall. até porque foi precisamente com a música que dá nome ao seu mais recente álbum, "antinirvana" que começou a contar e a cantar uma história. antes, javier regueiro subiu a palco para se apresentar.


com pouco mais do que trinta pessoas na plateia, alex wall podia ter desanimado. mas, pelo contrário, tornou aquele concerto num momento intimista, cheio de histórias "com raparigas que não se podem contar em concertos com quinze mil pessoas", brincou antes de nos levar a conhecer o "fantasma de madrid". e "memorias de un borracho", que se seguiu, contava precisamente uma dessas histórias de "pura adrenalina" e a "fogo lento".


e depois de uma breve passagem pelo seu anterior álbum, "mis fantasmas", regressou ao presente e, "a ritmo de taquicardia", pôs toda a gente a cantar. e se mais vezes o refrão fosse repetido, mais vezes o público cantava, a plenos pulmões. aquela não estava a ser uma simples "outra noite mais" e ainda faltavam vários, esperávamos, "últimos comboios".


os sortudos que estiveram na "la disfrutona del orzán" tiveram, além da oportunidade de um concerto mais íntimo e a possibilidade de verem os seus cds assinados, a sorte de ouvir o próximo single de alex wall, "el mundo está al revés". é quase, confessou, um seguimento do seu single "el amor no está de moda".


numa viagem a 2019, contou a inspiração de "beso ilegal". as histórias nem sempre são suas. mas esta era. e, por isso, entre sorrisos mais tímidos, acabou por contar. não o vou fazer eu, mas já pensaram o quão literais às vezes as músicas são e nós nem nos apercebemos?




seguiu com a sua música favorita, "bonnie & clyde", antes de interpretar uma das suas mais recentes canções, "medio vacío". esta última relata quando, numa relação, há alguém que dá tudo de si e a outra pessoa só dá metade. uma canção que emociona, acredito, até os mais frios que cantam, em conjunto "tu botella siempre medio vacía / llené la tuya con la mía // vivo en reserva emocional // y tú tienes para otra vida".


"trilera", "locos" y "alto ahí" previam o fim da noite, com o ritmo a aumentar pouco a pouco. mas faltavam três muito recentes e que o público claramente esperava. "acredito que os valores estão a ser mandados à merda". desabafou contando que escreveu esta canção quando um amigo terminou uma relação que pensava que "com 100% certezas iam acabar juntos". chama-se "el amor no está de moda" e fez o público cantar e ganhar energia para "la revolución" e "me matas", que encerrou o concerto.


alex wall é, claramente, feliz a fazer música e levá-la a quem o quer ouvir. e há, a meu ver, poucas coisas mais bonitas de se ver do que alguém feliz em cima de um palco.



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