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"boca fala tropa": uma sala de aula que dança kuduro

a história do kuduro. a história de angola, também. dos anos 90. e de uma guerra civil. gio lourenço constrói, em "boca fala tropa", um itinerário biográfico. o corpo uma alegoria da memória. a certeza de que se isto fosse uma sala de aula os alunos estavam atentos.


© paulo pacheco

a interação com público e a expressão de gio lourenço ainda quando o público está a entrar na sala não passa despercebida. depois, a voz do bailarino: "abro os olhos, olho para o céu. mais um dia que deus me deu".


a troca de palavras e o sentido continua lá todo. uma história nada fácil para contar e uma vontade que não cabe na boca. para que serve, afinal a boca?


durante a adolescência, no final dos anos 90, gio lourenço, a viver em portugal, entrou em contacto com o kuduro. descobriu como reinventar a memória nos gestos e que essa era uma forma de chegar às suas raízes e ao país onde nasceu.


hoje, conta-nos essa história. a dele e de angola. e a do kuduro. com uma música capaz de nos fazer querer ir a palco também. música ao vivo, com xullaji. vão alternando quem está ao leme. se é a música que às vezes puxa o movimento, outras é claramente o movimento ou são as palavras que puxam a música e o som.


mas a energia de ambos é inegável. e a cumplicidade entre eles também.


"a minha infância é uma ilha"

gio lourenço vai mudando de roupa, vai mudando de expressão - e que incrível trabalho! -, vai subindo e descendo a plateia, vai, acredito, às vezes, improvisando. a dança está lá e a mensagem também. e a humanidade continua a dançar em guimarães por estes dias. porque só assim pode ser: a conhecer outra cultura e a deixarmos que ela entre em nós.


*espetáculo visto sem a componente vídeo, que poderá ter afetado, de alguma forma, a vivência do mesmo.

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